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Isso é Inter

Maiara Piovesana

Quatro anos depois, e o confronto se repete. São muitas as cenas que nos passam pela cabeça, em um flashback que nos energiza. Já os superamos uma vez. Por que não duas?

Há de se considerar que o momento é outro, e que nesse intervalo de quatro temporadas muita bola rolou. O antes somente Sport Club Internacional tornou-se o Campeão de Tudo, referência entre os clubes do mundo todo. Nossa história nunca mais foi a mesma. Se já éramos grandes, hoje cada colorado é definitivamente um gigante, com o perdão do pleonasmo. E essa nova realidade passa por aqueles jogos de agosto de 2006, que inevitavelmente nos servem de comparação. Agora a peleja não vale o título, mas sim a vaga na decisão, e o derradeiro jogo é na casa adversária. O Inter atravessa seu melhor momento no ano, vencendo e convencendo nesses quatro jogos que passaram. O time paulista não vem tão bem assim, mas quem se arrisca a dizer que isso é uma vantagem para o colorado?

O que realmente pode nos fazer sentir confiantes é o próprio time do Internacional, que desde a chegada de Celso Roth transformou-se e apresenta nuances de equipe vitoriosa. Aquele grupo apático, desmotivado e sem brios que víamos correndo em campo, atrás de um resultado que desmoronava no placar, deu lugar a um time de marcação forte, adiantada, que sufoca o adversário em suas primeiras tentativas de troca de passes. A movimentação do meio-campo tem outra dinâmica, com Tinga de volta à casa, orientando as jogadas, correndo o campo todo e desempenhando um papel fundamental na distribuição das bolas. Ele marca, arma, parte com a bola nos pés e precisa estar em campo quarta-feira. Se a suspensão puder virar multa, ponto pra nós. E um motivo a mais para o São Paulo temer.

Sóbis, outro remanescente daquela campanha exitosa, entrou fora do compasso no jogo contra o Flamengo. Nada mais normal que isso, aliás, visto o tempo em que ele esteve afastado. Se ele fica no banco, porém, nego Taison entra em campo, e com Roth o futebol do garoto está tendo espaço para resplandecer.

E sabe o que mais me dá ânimo? Ver novamente no rosto de cada jogador, ouvir nas entrelinhas de cada entrevista, e perceber em cada gesto que o time está UNIDO. Não aquela falsa unidade, nem aquele discurso ensaiado pronto para rebater as perguntas como se fossem ofensas. A tranqüilidade que agora envolve o vestiário colorado transparece em campo. E é por jogadores como Guiñazu, que cedeu a braçadeira de capitão, que fica visível a coletividade que prevalece. Por desabafos como o de Alecsandro, que percebemos o quanto a mudança era necessária. O Inter precisava de um guia, de um comando forte, mas flexível. Em tão pouco tempo as mudanças já são visíveis a ponto de agradar não somente à torcida, mas também de devolver aos atletas a confiança. Tem que correr, tem que dar tudo de si e chegar ao limite. E é assim que se alcançam os maiores objetivos.

Pelo que estamos vendo em campo, colorados, devemos torcer. Quarta-feira é o dia para reacender o Gigante da Beira-Rio e fazer, mais uma vez, as honras da casa aos adversários paulistas. Se para eles aqueles jogos de 2006 são um pesadelo, não seja por isso. Vamos reavivá-lo e recontar essa história.

Saudações Coloradas!

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