Grêmio, melhor no primeiro tempo, segue entre os rebaixados, mas evita crise maior. Inter, com time misto, continua no G-4.
Por Alexandre Alliatti e Leandro Canônico
Porto Alegre
Nem tanto ao céu vermelho, nem tanto ao inferno azul. O empate por 0 a 0 no Gre-Nal deste domingo, em uma tarde ensolarada de inverno no Beira-Rio, evitou um ponto de exclamação no bom momento do Inter e na maré ruim do Grêmio. O Colorado, ao não embolsar a sexta vitória consecutiva na temporada, fica sem alcançar o ponto máximo da confiança, o auge da empolgação. Mas o efeito deve ser maior no Tricolor: melhor em boa parte do jogo, os azuis tiram do clássico a sensação de que nem tudo é crise, de que há esperança, de que é possível entrelaçar as mãos com o bom futebol outra vez.
Ao empate do Inter em casa, com futebol discreto, fica o consolo: metade do time foi reserva. Toda a fome vermelha está no jogo da próxima quinta-feira, no Morumbi, contra o São Paulo, valendo vaga na final da Libertadores da América. O Grêmio poderia ter vencido, mas talvez o mais importante tenha sido evitar a bomba atômica de uma derrota no clássico. Silas respira e certamente segue empregado.
O empate leva o Colorado a 20 pontos, na terceira colocação do Campeonato Brasileiro. O Tricolor, com 12, segue na zona de rebaixamento. Na próxima rodada da competição, no domingo, o Inter visita o Santos, e o Grêmio recebe o Fluminense.
O primeiro tempo nos pés de Borges
Sabe-se lá como Borges perdeu aquele gol. Vai saber como um goleador nato, do tipo que nasceu sem o conceito de perdão na alma, desperdiçou aquela chance aos 44 minutos do primeiro tempo, na cara do gol, naquele espaço onde ele se sente mais confortável do que na sala de casa. Foi tudo muito rápido: o balão de Rafael Marques, o desvio de Rodrigo, a bola no pé de Borges, o chute para fora – muito perto, mas para fora. Enquanto Renan, imóvel, via a bola escapulir pela linha de fundo, o primeiro tempo perdia seu raro momento de sal no primeiro tempo.
Foram 45 minutos com mais divididas do que graça, com mais força do que qualidade, com mais estudo do que ação. O Inter foi a campo com cinco titulares (Renan, Bolívar, Índio, Sandro e Guiñazu) e quase nenhum poder ofensivo. Celso Roth montou um time necessitado das arrancadas de um Rafael Sobis que luta para ser aquele de 2006, mais ainda não é, e de um Everton que tenta ser mais do que sempre foi, mas não consegue. Com Giuliano e Andrezinho bem anulados pela marcação tricolor, o Colorado pouco fez no primeiro tempo. Teve um chute perigoso, em diagonal, de Giuliano. E um gol de Everton bem anulado pela arbitragem – ele fez falta ao pular para cabecear.
O Grêmio foi melhor porque foi mais incisivo. Douglas, com dois minutos, já poderia ter aberto o placar, em bobeada de Índio. Bolívar cortou. Dois chutes tortos, um de Hugo e um de Maylson, indicaram que o Tricolor tinha força na frente. E aí começou a pintar o protagonismo de Borges.
Jonas, com 25 minutos, fez bela jogada pela direita e mandou na área. Era para Borges, mas o centroavante não alcançou. Seria a única chance clara do primeiro tempo se o mesmo Borges, aos 44 minutos, não perdesse gol feito, não tirasse da etapa inicial o único sal que ela poderia ter.
As preocupações com o estado físico de Índio fizeram o Inter mudar de esquema para o segundo tempo. Entrou Fabiano Eller, também zagueiro, mas como líbero. Juan recuou, e o time vermelho passou a ter três zagueiros, com Giuliano deslocado pela esquerda, ocupando o espaço da ala.
Inter reage e é salvo por Renan
O segundo tempo ganhou velocidade. O espaço de ação passou a ser mais perto das duas áreas. O jogo ficou melhor. Com dois minutos, Sandro colocou uma exceção em seu alto rendimento e perdeu a bola no meio. Jonas acionou Maylson, que bateu cruzado. Renan salvou o Inter com um toque leve, de ponta de luva, no chão do Beira-Rio.
O Inter reagiu. Sandro bateu forte, mas torto, por cima. Giuliano emendou de perna direita, colocado, e Victor espalmou. Jonas, com pancada muito longe, respondeu pelo Grêmio.
Aos poucos, os times foram mudando. Daniel e Taison entraram no lugar de Bruno Silva e Andrezinho no Inter. Willian Magrão substituiu Ozeia no Grêmio. O Tricolor quase se deu bem. Renan, aos 25 minutos, fez defesa de cair o queixo em cabeceio de Hugo. Salvou de novo.
O Inter tentou pressionar, contou com chutes perigosos, especialmente de Taison, mas sempre conviveu com o perigo tricolor. Os visitantes ainda pediram toque de mão do volante Sandro dentro da área. A arbitragem nada marcou. E o jogo caminhou para o final em um empate sem poder para ser definitivo tanto na alegria vermelha quanto na preocupação azul.
Por Alexandre Alliatti e Leandro Canônico
Porto Alegre
Nem tanto ao céu vermelho, nem tanto ao inferno azul. O empate por 0 a 0 no Gre-Nal deste domingo, em uma tarde ensolarada de inverno no Beira-Rio, evitou um ponto de exclamação no bom momento do Inter e na maré ruim do Grêmio. O Colorado, ao não embolsar a sexta vitória consecutiva na temporada, fica sem alcançar o ponto máximo da confiança, o auge da empolgação. Mas o efeito deve ser maior no Tricolor: melhor em boa parte do jogo, os azuis tiram do clássico a sensação de que nem tudo é crise, de que há esperança, de que é possível entrelaçar as mãos com o bom futebol outra vez.
Ao empate do Inter em casa, com futebol discreto, fica o consolo: metade do time foi reserva. Toda a fome vermelha está no jogo da próxima quinta-feira, no Morumbi, contra o São Paulo, valendo vaga na final da Libertadores da América. O Grêmio poderia ter vencido, mas talvez o mais importante tenha sido evitar a bomba atômica de uma derrota no clássico. Silas respira e certamente segue empregado.
O empate leva o Colorado a 20 pontos, na terceira colocação do Campeonato Brasileiro. O Tricolor, com 12, segue na zona de rebaixamento. Na próxima rodada da competição, no domingo, o Inter visita o Santos, e o Grêmio recebe o Fluminense.
O primeiro tempo nos pés de Borges
Sabe-se lá como Borges perdeu aquele gol. Vai saber como um goleador nato, do tipo que nasceu sem o conceito de perdão na alma, desperdiçou aquela chance aos 44 minutos do primeiro tempo, na cara do gol, naquele espaço onde ele se sente mais confortável do que na sala de casa. Foi tudo muito rápido: o balão de Rafael Marques, o desvio de Rodrigo, a bola no pé de Borges, o chute para fora – muito perto, mas para fora. Enquanto Renan, imóvel, via a bola escapulir pela linha de fundo, o primeiro tempo perdia seu raro momento de sal no primeiro tempo.
Foram 45 minutos com mais divididas do que graça, com mais força do que qualidade, com mais estudo do que ação. O Inter foi a campo com cinco titulares (Renan, Bolívar, Índio, Sandro e Guiñazu) e quase nenhum poder ofensivo. Celso Roth montou um time necessitado das arrancadas de um Rafael Sobis que luta para ser aquele de 2006, mais ainda não é, e de um Everton que tenta ser mais do que sempre foi, mas não consegue. Com Giuliano e Andrezinho bem anulados pela marcação tricolor, o Colorado pouco fez no primeiro tempo. Teve um chute perigoso, em diagonal, de Giuliano. E um gol de Everton bem anulado pela arbitragem – ele fez falta ao pular para cabecear.
O Grêmio foi melhor porque foi mais incisivo. Douglas, com dois minutos, já poderia ter aberto o placar, em bobeada de Índio. Bolívar cortou. Dois chutes tortos, um de Hugo e um de Maylson, indicaram que o Tricolor tinha força na frente. E aí começou a pintar o protagonismo de Borges.
Jonas, com 25 minutos, fez bela jogada pela direita e mandou na área. Era para Borges, mas o centroavante não alcançou. Seria a única chance clara do primeiro tempo se o mesmo Borges, aos 44 minutos, não perdesse gol feito, não tirasse da etapa inicial o único sal que ela poderia ter.
As preocupações com o estado físico de Índio fizeram o Inter mudar de esquema para o segundo tempo. Entrou Fabiano Eller, também zagueiro, mas como líbero. Juan recuou, e o time vermelho passou a ter três zagueiros, com Giuliano deslocado pela esquerda, ocupando o espaço da ala.
Inter reage e é salvo por Renan
O segundo tempo ganhou velocidade. O espaço de ação passou a ser mais perto das duas áreas. O jogo ficou melhor. Com dois minutos, Sandro colocou uma exceção em seu alto rendimento e perdeu a bola no meio. Jonas acionou Maylson, que bateu cruzado. Renan salvou o Inter com um toque leve, de ponta de luva, no chão do Beira-Rio.
O Inter reagiu. Sandro bateu forte, mas torto, por cima. Giuliano emendou de perna direita, colocado, e Victor espalmou. Jonas, com pancada muito longe, respondeu pelo Grêmio.
Aos poucos, os times foram mudando. Daniel e Taison entraram no lugar de Bruno Silva e Andrezinho no Inter. Willian Magrão substituiu Ozeia no Grêmio. O Tricolor quase se deu bem. Renan, aos 25 minutos, fez defesa de cair o queixo em cabeceio de Hugo. Salvou de novo.
O Inter tentou pressionar, contou com chutes perigosos, especialmente de Taison, mas sempre conviveu com o perigo tricolor. Os visitantes ainda pediram toque de mão do volante Sandro dentro da área. A arbitragem nada marcou. E o jogo caminhou para o final em um empate sem poder para ser definitivo tanto na alegria vermelha quanto na preocupação azul.