Como o adversário da decisão sul-americana é o mexicano Chivas, que pertence à Concacaf, Colorado, mesmo se for vice, irá a Abu Dhabi.
Por Alexandre Alliatti, Carolina Elustondo, Leandro Canônico e Marcelo Prado
São Paulo
Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, é longe, bem longe do Brasil. Mas os torcedores do Inter podem dizer, de peito cheio, que é logo ali. Afinal, na noite desta quinta-feira, o time gaúcho assegurou vaga no Mundial de Clubes de 2010 e vai lutar pelo bi do planeta. Mesmo com a derrota por 2 a 1 para o guerreiro (e aplaudido) São Paulo, no Morumbi, o Colorado, que venceu a primeira partida, no Beira-Rio, por 1 a 0, vai ao torneio porque na final da Libertadores vai encarar o mexicano Chivas.
Como pertence à Concacaf, o clube de Guadalajara não pode disputar a competição no lugar de um sul-americano. A primeira partida da final da Libertadores será na próxima quarta-feira, no México. Depois, no dia 18, o Inter recebe o rival no Beira-Rio.
No Morumbi, Alex Silva abriu o placar para os tricolores. Alecsandro empatou para o Colorado, e Ricardo Oliveira marcou o gol da vitória são-paulina com gosto de derrota.
Diferentemente da primeira partida, em Porto Alegre, nesta noite deu gosto de ver a semifinal da Libertadores. Os dois times atacaram, criaram chances e fizeram um espetáculo digno do tamanho de Tricolor e Colorado. Algo que por culpa do São Paulo não aconteceu no duelo do Beira-Rio. Lá, o time de Ricardo Gomes foi covarde, não se arriscou e saiu no lucro perdendo apenas por um gol.
E para quem gosta de coincidências, o jogo desta noite foi recheado delas. Todas ligadas ao empate por 2 a 2 entre as duas equipes na final da Libertadores de 2006, conquistada pelo Colorado. Primeiro, a falha de Renan, lembrando a de Rogério Ceni quatro anos atrás. Depois, a expulsão de Tinga no segundo tempo, assim como foi naquele ano.
A história do jogo realmente foi interessante. Confira mais detalhes.
Que falha!
Dessa vez o São Paulo atacou. Empurrado por sua torcida e pela necessidade de dois gols para sonhar com a final da Libertadores, os donos da casa não pouparam esforços para levar perigo ao Inter. Mas o time Colorado também atacou. E sempre com perigo. Afinal, o toque de bola é uma de suas principais armas.
Sem ligar para as sonoras vaias dos tricolores e para as quase 50 mil bandeirinhas balançando no estádio do Morumbi, o Inter exerceu uma forte marcação sobre o São Paulo. Mas os paulistas ignoraram. Como se estivessem jogando a vida, os atletas dividiam cada bola como se fosse a última. Bem diferente do jogo anterior.
Inovando com três atacantes, o Tricolor parecia muitas vezes afobado. Tanto que aos sete e aos dez cometeu falta de ataque em boas oportunidades. Primeiro com Dagoberto e depois com Fernandão. O Inter, por outro lado, optou por arriscar de longe, como em chute de Alecsandro que Rogério Ceni defendeu aos 14.
O jogo era lá e cá. Enquanto o São Paulo atacava com rapidez e raça, o Inter respondia com toque de bola e frieza. Até que Taison conseguiu aparecer livre perto da meia-lua. O chute, porém, foi defendido por Ceni, aos 21. Mas o gol do Tricolor parecia mais perto. Aos 22, Hernanes mandou para a área, e Alex Silva perdeu.
A história não se repetiu aos 30. Hernanes cobrou falta para a área, Renan falhou de maneira bisonha e Alex Silva marcou de cabeça: 1 a 0 São Paulo. O lance certamente fez os são-paulinos lembrarem a falha de Ceni na final da Libertadores de 2006, contra o próprio Inter, e sentirem um gostinho de “vingança”.
Segundo tempo
Ao som de “frangueiro, frangueiro, frangueiro” para o goleiro Renan, o Inter voltou para a etapa final sem alterações. Assim como o São Paulo. Mas a resposta da torcida colorada à tricolor foi com grito de gol. Logo aos seis minutos, D’Alessandro cobrou falta, Alecsandro desviou e não deu chance para Rogério Ceni.
Mas quem pensou que o São Paulo sentiria o gol de empate estava enganado. Em dois minutos, o time do Morumbi manteve as esperanças de sua torcida. Após lançamento de Jean para a área, Renan saiu de soco. Mas na sobra, Cleber Santana dividiu e colocou Ricardo Oliveira na cara do gol. E ele foi matador: 2 a 1, aos 8 minutos.
Os jogadores do Inter reclamaram bastante de impedimento, mas o lance foi legal. Apesar da vitória parcial do Tricolor, o resultado era do Colorado, que venceu por 1 a 0 no Beira-Rio. Para ir à final, os donos da casa precisavam de mais um gol. Só que os gaúchos têm um time incrível, extremamente competitivo.
A igualdade só não saiu porque os deuses do futebol ajudaram o São Paulo. Aos 18 minutos, após cruzamento de Sandro da direita, Tinga teve a chance de fazer o segundo, mas Jean salvou quase em cima da linha. O Tricolor voltou a assustar apenas aos 30, quando Marlos fez jogada individual e chutou. Renan defendeu.
O jogo estava difícil para o São Paulo. Mas o Inter ajudou. Na verdade, Tinga ajudou. Assim como em 2006, na segunda final entre as equipes, ele foi expulso. Cometeu falta por trás em Junior Cesar e, como já tinha o amarelo, levou o segundo e em seguida o vermelho. Com um a mais, Ricardo Gomes encheu o time de atacantes, Rogério Ceni foi para a área... Mas não deu.
Ao menos a torcida reconheceu a vontade tricolor com aplausos e ovacionou principalmente Ceni, que deixou o campo chorando. Mas o Morumbi foi mesmo dos colorados no fim do jogo.
Por Alexandre Alliatti, Carolina Elustondo, Leandro Canônico e Marcelo Prado
São Paulo
Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, é longe, bem longe do Brasil. Mas os torcedores do Inter podem dizer, de peito cheio, que é logo ali. Afinal, na noite desta quinta-feira, o time gaúcho assegurou vaga no Mundial de Clubes de 2010 e vai lutar pelo bi do planeta. Mesmo com a derrota por 2 a 1 para o guerreiro (e aplaudido) São Paulo, no Morumbi, o Colorado, que venceu a primeira partida, no Beira-Rio, por 1 a 0, vai ao torneio porque na final da Libertadores vai encarar o mexicano Chivas.
Como pertence à Concacaf, o clube de Guadalajara não pode disputar a competição no lugar de um sul-americano. A primeira partida da final da Libertadores será na próxima quarta-feira, no México. Depois, no dia 18, o Inter recebe o rival no Beira-Rio.
No Morumbi, Alex Silva abriu o placar para os tricolores. Alecsandro empatou para o Colorado, e Ricardo Oliveira marcou o gol da vitória são-paulina com gosto de derrota.
Diferentemente da primeira partida, em Porto Alegre, nesta noite deu gosto de ver a semifinal da Libertadores. Os dois times atacaram, criaram chances e fizeram um espetáculo digno do tamanho de Tricolor e Colorado. Algo que por culpa do São Paulo não aconteceu no duelo do Beira-Rio. Lá, o time de Ricardo Gomes foi covarde, não se arriscou e saiu no lucro perdendo apenas por um gol.
E para quem gosta de coincidências, o jogo desta noite foi recheado delas. Todas ligadas ao empate por 2 a 2 entre as duas equipes na final da Libertadores de 2006, conquistada pelo Colorado. Primeiro, a falha de Renan, lembrando a de Rogério Ceni quatro anos atrás. Depois, a expulsão de Tinga no segundo tempo, assim como foi naquele ano.
A história do jogo realmente foi interessante. Confira mais detalhes.
Que falha!
Dessa vez o São Paulo atacou. Empurrado por sua torcida e pela necessidade de dois gols para sonhar com a final da Libertadores, os donos da casa não pouparam esforços para levar perigo ao Inter. Mas o time Colorado também atacou. E sempre com perigo. Afinal, o toque de bola é uma de suas principais armas.
Sem ligar para as sonoras vaias dos tricolores e para as quase 50 mil bandeirinhas balançando no estádio do Morumbi, o Inter exerceu uma forte marcação sobre o São Paulo. Mas os paulistas ignoraram. Como se estivessem jogando a vida, os atletas dividiam cada bola como se fosse a última. Bem diferente do jogo anterior.
Inovando com três atacantes, o Tricolor parecia muitas vezes afobado. Tanto que aos sete e aos dez cometeu falta de ataque em boas oportunidades. Primeiro com Dagoberto e depois com Fernandão. O Inter, por outro lado, optou por arriscar de longe, como em chute de Alecsandro que Rogério Ceni defendeu aos 14.
O jogo era lá e cá. Enquanto o São Paulo atacava com rapidez e raça, o Inter respondia com toque de bola e frieza. Até que Taison conseguiu aparecer livre perto da meia-lua. O chute, porém, foi defendido por Ceni, aos 21. Mas o gol do Tricolor parecia mais perto. Aos 22, Hernanes mandou para a área, e Alex Silva perdeu.
A história não se repetiu aos 30. Hernanes cobrou falta para a área, Renan falhou de maneira bisonha e Alex Silva marcou de cabeça: 1 a 0 São Paulo. O lance certamente fez os são-paulinos lembrarem a falha de Ceni na final da Libertadores de 2006, contra o próprio Inter, e sentirem um gostinho de “vingança”.
Segundo tempo
Ao som de “frangueiro, frangueiro, frangueiro” para o goleiro Renan, o Inter voltou para a etapa final sem alterações. Assim como o São Paulo. Mas a resposta da torcida colorada à tricolor foi com grito de gol. Logo aos seis minutos, D’Alessandro cobrou falta, Alecsandro desviou e não deu chance para Rogério Ceni.
Mas quem pensou que o São Paulo sentiria o gol de empate estava enganado. Em dois minutos, o time do Morumbi manteve as esperanças de sua torcida. Após lançamento de Jean para a área, Renan saiu de soco. Mas na sobra, Cleber Santana dividiu e colocou Ricardo Oliveira na cara do gol. E ele foi matador: 2 a 1, aos 8 minutos.
Os jogadores do Inter reclamaram bastante de impedimento, mas o lance foi legal. Apesar da vitória parcial do Tricolor, o resultado era do Colorado, que venceu por 1 a 0 no Beira-Rio. Para ir à final, os donos da casa precisavam de mais um gol. Só que os gaúchos têm um time incrível, extremamente competitivo.
A igualdade só não saiu porque os deuses do futebol ajudaram o São Paulo. Aos 18 minutos, após cruzamento de Sandro da direita, Tinga teve a chance de fazer o segundo, mas Jean salvou quase em cima da linha. O Tricolor voltou a assustar apenas aos 30, quando Marlos fez jogada individual e chutou. Renan defendeu.
O jogo estava difícil para o São Paulo. Mas o Inter ajudou. Na verdade, Tinga ajudou. Assim como em 2006, na segunda final entre as equipes, ele foi expulso. Cometeu falta por trás em Junior Cesar e, como já tinha o amarelo, levou o segundo e em seguida o vermelho. Com um a mais, Ricardo Gomes encheu o time de atacantes, Rogério Ceni foi para a área... Mas não deu.
Ao menos a torcida reconheceu a vontade tricolor com aplausos e ovacionou principalmente Ceni, que deixou o campo chorando. Mas o Morumbi foi mesmo dos colorados no fim do jogo.