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Súbita alegria

A eliminação na libertadores é um peso em nossas costas que não desaparecerá tão cedo. Mesmo diante de muitas incertezas, a torcida não abandonou o time. Eu não abandonei. Confesso, estou ainda muito triste com o que aconteceu quinta-feira e sabia que mesmo com a conquista do gauchão, essa tristeza não diminuiria. E achava sim, que o Inter poderia perder esse título e agravar mais nossa situação. Mas não, estava enganada. Esqueci que depois de uma derrota, não se deve abaixar a cabeça. Só sei que deixei de passar um domingo mais tranquilo, com a minha família comemorando o dia das mães, para apoiar o time que me faz verdadeiramente feliz - na alegria e até mesmo na tristeza.

Foi difícil ver nosso 1º tempo. O rosto de D'alessandro estampava uma preocupação que todos sentiam. Quando tomamos o gol, eu vi um gigante estremecer, ruir, em questão de segundos. Digo segundos, pois nada melhor que o alívio de ter um camisa 10 que salva, e salva sempre. Quando D'ale, enfim entrou, com a faixa de capitão e toda a responsabilidade, pensei: "Não tem como não dar certo."

E tudo aquilo que o time precisou contra o Flu, estava alí, na nossa frente. Um maestro que sabe como ninguém cadenciar o jogo e ser o mais criativo possível. A bola não queria entrar, nem de pênalti, nem de chute, de nada. Mas somos predestinados. Mesmo diante do baque que fez tremer a honra de todos os colorados na quinta, tínhamos que ser campeões.

Pela 1ª vez, nessas 4 temporadas ao lado do Inter, eu não comemorei os gols marcados por Sandro Silva e Damião. Por dentro eu estava feliz pelos gols, mas não saiu de minha boca a palavra gol ou graças a Deus. Comemorei internamente, comigo mesma. Foi linda a festa da torcida e seu apoio maravilhoso o jogo inteiro, mas ainda não estou completamente feliz. Eu chorei de emoção ao ver D'alessandro vibrar com tanta vontade perante todas as nossas incertezas como time. Mas, a eliminação na Libertadores, como ele mesmo disse, "ainda dói muito".

Sim, deixem eles comemorarem. Eu mesma não consegui até agora. Mas, em especial D'alessandro, que não pôde fazer nada para evitar a tragédia de quinta, eu deixo minha total alegria. Vê-lo de volta é uma satisfação muito grande. Vê-lo levantar a taça conquistada a duras penas (infelizmente) me devolveu parte da alegria perdida.
É isso, meus caros colorados. Eu disse que o gauchão não aliviaria a dor, mas amenizou-a. Temos muita coisa para reorganizar antes do brasileirão, mas o sorriso de D'alessandro me traz esperanças.