Nosso próximo capitão. | Foto: Ricardo Duarte |
Logo no início, o jogo já espelhava dificuldades. Paulão se machucou e saiu de campo para a entrada de Eduardo, forçando Roth a queimar uma alteração aos 20'' de partida. O Inter passou boa parte do jogo pressionando o Santos em seu campo de defesa, dificultando a saída de bola dos paulistas e forçando-os a errar. Seijas, Nico e Aylon jogaram à frente da intermediária em marcação adiantada.
Aos 26', Geferson foi infeliz e entregou para os santistas o gol que abriu o placar no Beira-Rio. Mas não havia tempo para crucificá-lo, afinal, o foco era a vitória. A torcida, conduzida pelas lembranças da eliminação na Libertadores de 2015, vaiou, mas não por muito tempo. O apoio era fundamental para buscar a virada e os aplausos vieram poucos minutos depois.
Se deixando levar pelo nervosismo que uma iminente derrota causaria, o Inter se desorganizou e não conseguia mais sair com a bola além de seu campo de defesa. Mas aos 42', lá estava Geferson, dando o passe perfeito para Seijas chutar de fora da área e marcar o gol que inverteria o estado de espírito do time.
Com uma arbitragem rígida, porém controversa, o Inter dominou o segundo tempo sem dificuldades e Roth surpreendeu a todos ao decidir não recuar o time após o segundo gol do Inter, aos 15', marcado pelo garoto Aylon. A cada tentativa dos paulistas em infiltrar na defesa colorada, o Inter acionava seu ataque e levava perigo ao gol do Santos. O total de finalizações diz por sí só: 18 a 5.
E a apreensão tomou conta dos minutos finais no Beira-Rio. "Minha camisa vermelha" foi ouvida das arquibancadas, assim como o roer das unhas, o ranger dos dentes e a aflição das mãos entrelaçadas pedindo encarecidamente para a partida fosse encerrada.
Futebol é mesmo uma questão de estado de espírito constante. Enquanto o grupo se desestabilizava a cada derrota, a vitória ia se distanciando. O torcedor, cada vez mais impaciente, passou a entender durante esse longo jejum que suas ações refletiam em campo. O primeiro passo foi colocar para fora suas frustrações, o segundo passo foi cobrar mudanças e o terceiro, e não menos importante, apoiar incondicionalmente. A vitória do Inter contra o Santos passou pelo apoio interminável do torcedor colorado, que mesmo com os resultados ruins, esteve presente.
O Inter renasce perante sua torcida, conquista três pontos e segue na luta contra o rebaixamento. Afinal de contas, o que não nos pertence não nos deve ser dado, nem que tentem nos colocar onde sabemos que não deveríamos estar.