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E se eu te contasse que o Zago não tem tanto poder assim?

Não é ele que escala o Paulão. | 
A minha paciência com técnicos errantes é mínima. Com técnicos insistentes em esquemas e jogadores que não dão certo então, é quase invisível. No jogo de ontem contra o São José-RS, ficou mais claro que a luz do dia que Antônio Carlos Zago não pode comandar o time do Internacional. Não é somente porque ele escala errado ou foge do óbvio. É porque ele não tem tanto poder de decisão quanto imaginamos. 

O caso do Nico López é algo típico no futebol. Jogador que se destaca no grupo e acaba sendo escanteado para dar lugar aos bruxos do treinador. É inadmissível que um atacante do nível de Nico seja deixado de lado para que Roberson, Andrigo, Ferrareis e outros que em nada acrescentam, recebam chances e mais chances sem nenhuma justificativa válida. Nesse caso, a preferência de escalar ou não escalar, é do treinador.

Mas vejamos o caso do Paulão. Achávamos que ele perderia espaço após a chegada de Cuesta. Mas não, Zago chegou a tirar Léo Ortiz para escalar o zagueiro mais errante do elenco. Será que o treinador perderia mesmo a oportunidade de escalar os dois melhores zagueiros juntos? Acho que não.

Nada justifica a titularidade de Paulão, nem Nico no banco, nem Cuesta na lateral e nem todas as invenções que temos visto em campo. Paciência tem limite e tempo para treinador também. Mas se não é o treinador que escala os jogadores, o problema é mais embaixo. De acordo com informações, um empresário com muita influência no clube não permite que determinados jogadores saiam do time titular, o que força o treinador a escalar como pode e escalar os melhores fora de suas posições. É a única justificava para Zago inventar Cuesta na lateral e Ortiz de volante. 

Talvez nossa falta de paciência esteja direcionada para as pessoas erradas. Não defendendo o Zago - que se recusa a colocar em campo um dos melhores atacantes do elenco - mas estou apresentando para vocês a outra face do problema. Não adianta reclamar com o treinador se ele não tem tanto poder quanto achamos

Reflitam.