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Choroso e sofrido

Lavando a alma. | Foto: Diego Vara /Agência RBS
Os questionamentos começam quando um zagueiro entra no jogo para marcar, não seu adversário, mas sim um gol. Percebemos os problemas quando um defensor sai de trás para executar a função dos atacantes. E assustador se torna quando o zagueiro que marca o golaço se chama Paulão.

O jogo

O Inter começou o jogo de forma intensa, procurando espaços e finalizando após jogadas bem trabalhadas. O ritmo foi diminuindo gradualmente, o Goiás (o time dos jogadores-ruins-que-se-dão-bem) foi fechando os caminhos da infiltração colorada e Renan foi provindencial quando defendeu a cabeçada forte de Rafael Moura. 

As lesões, tão amigas dos jogadores colorados, entraram em campo tirando Alan Patrick e Bertotto. Valdívia inseriu mais velocidade no time, mas o Inter passou a errar mais passes do que o natural. É claro que não se pode esperar muito de um time que não conta com suas principais estrelas, como Alex, Aránguiz e Nilmar, mas D'alessandro, sozinho, deu conta de assustar o adversário.

Na segunda etapa encontramos o gol, depois de tanto insistir com a defesa blindada do Goiás. Após belo escanteio cobrado pelo camisa 10, Paulão emendou uma bela bicicleta e colocou o Inter novamente no G-4. Mérito do zagueiro. Foi sofrido e choroso, como tudo no Inter sempre foi.

Considerações

Durante a entrevista coletiva pós-jogo, Abel disse que "é importante gostar do Inter, independente de quem o estiver comandando" e ao ouvir essas palavras pensei que permaneço amando o Inter mesmo que Abel e Luigi estejam no comando. E mais: permaneço amando, mesmo vendo jogadores como Wellington Silva vestir a camisa vermelha e branca. 

Imagino o alívio de Andrés D'alessandro, tamanha a pressão que carrega em suas costas. As lágrimas, que por vezes aparecem escorrendo pelo seu rosto, provam que a essência do futebol não se foi, permanece na alma de jogadores como ele. São nesses momentos, entre um gol e uma lágrima, que eu encontro a resposta para estar onde estou, assistindo a tudo que acontece e mesmo assim, apoiando e torcendo sem desistir.

"Vem, que eu conto os dias, conto as horas pra te ver, eu não consigo te esquecer, cada minuto é muito tempo sem você, sem você (...) Vem me tirar da solidão, fazer feliz meu coração (...)". Vem, 2015.