Foto: Heuler Andrey / Folhapress |
Escrever sobre o Inter de uns tempos pra cá tem se tornado um martírio, além de uma série irritante de repetições. Ser eliminado é um mau costume da "Era Luiggi", desde 2010. Pelo que tudo indica, o carinhoso apelido de "Campeão de Tudo" nos fez mal. Falamos tanto que nosso rival vive de passado que passamos a vivê-lo também, afinal, o que você precisa ser depois de se tornar um legítimo "Campeão de tudo"? A atual direção juntamente com o atual elenco respondem jogo a jogo - um acomodado campeão de tudo.
Diferente de alguns colorados, não estou decepcionada com o que aconteceu na noite passada, o cenário era esperado por mim. As falas dos jogadores, dirigentes, pseudo presidente, eu deixei de ouvir há muito tempo, se não repararam, todas seguem o padrão de desculpas prontas. Minha decepção com o Inter vem desde aquele 14 de dezembro de 2010, o dia mais triste da minha vida como colorada, onde o choro saiu como de criança, abrindo alas para um tempo de fracassos previsíveis.
Enquanto nossa direção se preocupa com a reinauguração do Beira-Rio (não que isso não seja importante) e na festa pomposa para os colorados de maior poder aquisitivo (não é meu caso), o Inter é eliminado da Copa do Brasil, diga-se de passagem, tarde demais. O futebol colorado, se é que se pode chamar assim, é insuficiente e capaz de ressuscitar qualquer equipe adversária. De "Campeões de Tudo" passamos a "Arrumadores de Casas Alheias".
O clube que ganha uma taça por ano - sendo essa taça de um estadual - e é eliminado ano após ano de competições como Libertadores e Copa do Brasil, além de sucessivas má colocações no campeonato nacional, tem que rever seus conceitos, se é que eles existem.
Os problemas colorados estão espalhados em cada canto, de jogadores velhos, ricos e acomodados a dirigentes que nada fazem além de criar desculpas para os jornalistas. A doença que atingiu o clube é incurável, precisamos de um renascimento, de resgate de velhas ideologias e de novas atitudes. Li em determinados veículos que só um rebaixamento transformaria o Inter no clube que é de verdade. Pensar a respeito me assusta, não é possível que cheguemos a tanto, mas analisando 2011, 2012 e 2013 percebemos um declínio gigantesco da qualidade do futebol e aos poucos essa palavra - rebaixamento - vai entrando em pauta.
Não pensem em 2014 como ano de reconstrução, o ano será o mesmo (se não pior), pois o comando não sofrerá modificações. O triste é pensar que a torcida que vai ao estádio também foi atingida pela acomodação dos jogadores e dirigentes, afinal, é uma falta de indignação que assusta mais que rebaixamento.