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Desastres previsíveis

Há dias atrás, escutando o programa "Esporte e Cia" da Rádio Gaúcha, enviei um tweet que foi lido ao vivo com os seguintes dizeres:
E é nessa hora, em que o último suspiro de esperança se vai, segundos antes do árbitro apitar o fim do jogo, é que penso que estava certa, não por querer provar o meu pensamento, mas por entender que a Era que vivemos infelizmente ainda não acabou. A Era a que costumo me referir é a "Era Luigi" que possui como slogan "Desastres previsíveis". Não foi questão de palpite e sim, costume.


E no meio disso tudo, um Nilmar | Foto: Alexandre Lops
Embora não goste de usá-los, os números não mentem - o Inter foi superior ao Corinthians durante toda partida e mesmo assim não conseguiu usar isso a seu favor. 60% de posse de bola, 11 escanteios, 43 cruzamentos, mas apenas 11 certos. E também o número de desarmes, que atingiu a marca de 22. O palco foi o Beira-Rio e se não bastasse isso, foi um Beira-Rio lotado de gargantas que cantavam apoiando e querendo apenas uma vitória em troca. Mas tem uma coisa que conseguimos ser sempre os melhores - somos campeões de chances desperdiçadas.

O Inter criou, mas não soube ser eficiente nas finalizações. Cássio defendeu o chute de Nilmar e foi salvo pelo travessão que fez parar a bola de Aránguiz. E no espaço que achou, o Corinthians derrotou o Internacional, precisamente com as falhas do nosso "zagueiro" Paulão. Ineficiência no ataque e na defesa que nos custam mais uma chance concreta de aproximação do título brasileiro. E o campeonato não espera você se levantar de uma derrota - quem quer ser campeão não desperdiça um segundo dentro de campo. O que aprendi assistindo a todos os campeonatos é que se você não massacra, será massacrado. E o colorado é o grande massacrado desta Era.

Uma pressão que não cessava, mas que também não rendia. Este foi o Internacional na partida. Muitas faltas e nenhuma aproveitada. O colorado não jogou mal, mas também não foi competente. Tinha ao seu lado a torcida, a posse de bola e o gramado do Gigante para ninguém colocar defeito. Aránguiz sentia dores, mas nada que impediu o chileno de dar o último passe certo. 

O que entristeceu este ser que lhes escreve, foi ver Nilmar impedido de comemorar seu primeiro gol desde sua volta. Caiu um peso sobre os ombros do camisa 7 que não o pertence. Durante a temporada o Inter perdeu todas as oportunidades e Nilmar não pode se sentir responsável junto com o grupo nesta tarde. O isento da culpa pelo fato dele não fazer parte da Era dos desastres previsíveis, e ignorante será aquele que pensar nele como o grande salvador desses quatro últimos anos. Salvador será aquele que tirar Luigi e seus comandados da direção deste clube.

Poderia eu dizer que o Inter merecia mais na tarde deste domingo, mas quem merecia uma vitória gloriosa eram os colorados que debaixo de chuva permaneceram cantando "minha camisa vermelha" como se o placar estivesse a nosso favor.

Durante esses quatro anos sofremos nossos desastres e hoje ao contá-los não entendo o que nos leva a estar na posição que estamos - seguindo amando e apoiando, como se fôssemos cegos diante da situação. Parece loucura e é - ser apaixonado por um clube de futebol nos tira grande parte da razão. E embora compreenda a causa de todas as derrotas e vergonhas passadas durante esse tempo, uma parte de mim insiste na crença. Agradeço então à crença, por me fazer persistente. E que a Era conheça seu fim para que eu possa comemorar tal feito como se fosse um gol.