O rosto da titularidade não merecida | Foto: Gilvan de Souza |
Aos os mais crentes e esperançosos eu digo, sejam (não tão) bem vindos à realidade. Em entrevista na tarde de ontem, Nilmar alertou: "Temos que ser realistas, a responsabilidade é nossa". E de fato é. Porém o Inter segue com sua irresponsabilidade que coloca tudo a perder, como esperado. E a junção de desastres faz com que as consequências apareçam - estamos fora do G-4 e com sério risco de ficar bem longe da Libertadores, mais uma vez.
Eliminações e derrotas humilhantes são algumas das características da Era Luigi e enquanto o ano não acaba, vou lembrando da época que o Inter colocava medo nos adversários, por ser um time de talento e competência. Mas tudo começa com a direção do clube, que decide se trilha passos certos em busca de glórias ou se trilha passos errados sustentando a plaquinha de "Campeão de Tudo" nas costas. Giovanni Luigi decidiu segurar a plaquinha.
O Inter tinha o jogo nas mãos (ou nos pés rs) - posse de bola, boa marcação, ofensividade e principalmente velocidade na transição de bola entre o meio-campo e o ataque. Porém, o colorado pecou nas finalizações, com apenas uma em todo o primeiro tempo. Pouco para quem se diz na luta pelo título (agora, na luta pela vaga no G-4 que esteve durante toda a temporada praticamente garantida).
No segundo tempo o Inter abdicou de sua marcação inicial e abriu espaços - o Flamengo não desperdiçou. Erros recorrentes da defesa nos levaram à derrota. Alguns leitores do blog me cobraram por eu não ter falado de Fabrício no último post, mas tenho falado dele durante toda a temporada (e não apenas desta). O camisa 6 tem uma titularidade que não faz jus às suas atuações, assim como toda defesa - é vazada, lenta e incompetente. Os laterais, que deviam apoiar e marcar, não fazem nenhuma das duas funções de forma correta, prejudicando o esquema tático e o rendimento da equipe.
E Abel segue fazendo péssimas alterações e insiste no erro. Termina o jogo com quatro atacantes, sendo apenas um mais participativo - Nilmar. Suga o meio-campo do time e espera ter bons resultados. A casamata está banhada por ignorância.
O Inter sentiu a falta de D'alessandro na cadência do jogo e evidenciou mais um problema - preparação física. O excesso de lesões durante o ano atrapalharam a escalação da equipe, hoje por exemplo, poderíamos ter Sasha e Nilmar como dupla de ataque. Alex, que é uma peça importante no esquema tático, saiu lesionado e entra para a lista imensa do departamento médico.
Este é o Inter nas mãos de Luigi. Este é o Inter das decepções constantes. Torcemos para o time que perdeu sua gana, perdeu seu propósito, se perdeu durante quatro anos e sustenta o título de "Campeão de Tudo" como se isso fosse o suficiente para toda eternidade. O colorado é o time que arrancou de nós o mais puro otimismo e instalou um pessimismo que chega a assustar. Daqui levanto a bandeira branca e peço - devolvam o meu Inter.