O rosto do racismo gremista | Foto: Reprodução/ESPN |
Nenhuma das campanhas da CBF fizeram efeito - faixas contra o racismo, banners de "somos iguais" - nada disso foi suficiente. Foi preciso uma decisão da justiça para começar o real combate a algo tão inadmissível quanto o racismo. A punição - severa, porém precisa - quem sofre é o clube que desde sua fundação carrega o sangue azul mais racista da história - o Grêmio. Grêmio esse que imita sons de macaco. Grêmio esse que no início de sua história não aceitava jogadores negros em seu elenco. Grêmio esse que devido ao desespero causado pelo jejum de títulos, tem uma torcida que não grita "é campeão" e sim "macaco". O que restou aos torcedores tricolores foram as ofensas ao adversários.
Mas não se enganem - o STJD puniu, mas agora instala uma condição. Nenhum torcedor apaixonado vai correr o risco de ter seu clube do coração eliminado de uma competição por racismo. O que o STJD decretou é mais uma condição do que uma punição. "Não seja racista dentro do estádio que não terá seu time eliminado". Parece bem simples, mas não resolve.
Podem diminuir sim os ataques aos jogadores negros, mas fora dos estádios não há nenhuma certeza de que os torcedores não serão racistas. No dia a dia, a coisa é bem pior.
Tudo é uma questão de análise. O Grêmio colhe o que plantou. Desde o início pregava o racismo, alimentou uma torcida racista com o passar dos anos. Alimentou uma torcida que não respeita, nem mesmo, a dor da morte. Tem agora a marca de clube racista, de clube fora do contexto de um futebol melhor.
A situação é alarmante. A menina flagrada pelas câmeras da ESPN agora quer se desculpar. Mesmo que tenha sido pelo calor do momento, como alguns amigos de infância da própria defendem, não há espaço para o racismo, não há espaço para o "deixo me levar pelo momento". Não se pode achar normal ter um ato racista e o mesmo virar rotina.
O começo das punições é uma condição ao torcedor: Atos racistas eliminam seu clube de uma competição. Que torcedor em sã consciência será racista a partir de agora? Nenhum, muito menos os gremistas, que clamam por um grito de "é campeão".
Charge de "Os flautistas" | Zero Hora |