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A torcida colorada é um jogador a mais

Inter tem time, não só uma equipe. | Foto: Ricardo Duarte
Depois da eliminação colorada na Libertadores, a demissão contestada (inclusive por mim) de Aguirre e a eclosão de uma crise presenteada pelo nosso próprio presidente, o Inter demonstra pouco almejar no Brasileirão e aposta todas suas fichas na Copa do Brasil. O jogo entre Inter x Palmeiras dessa quarta-feira foi a prévia do que podemos esperar no confronto mata-mata entre os dois, salientando sempre a diferença das competições e seus objetivos. O retrospecto de Argel no Beira-Rio é promissor e conta com um agente essencial para a vitória em solo gaúcho - a torcida colorada como um jogador a mais.

O jogo foi movimentado e contou com ampla participação do time colorado por inteiro em cada criação de jogadas, fruto de um bom treinamento que revela o trabalho de posicionamento feito por Argel. O volante Nilton, que brilha sob o comando do treinador, abriu o placar decretando a vitória colorada logo aos 22' do 1º tempo.

Após o gol, D'alessandro sentiu dores lombares e teve de ser substituído por Alex. O camisa 10 sofre agora uma relação de amor e ódio com torcedores que contestam sua atuação quando o Inter perde, o culpando da derrota, porém beijam seus pés quando a partida termina em vitória. A falta de coerência na opinião de alguns torcedores colorados beiram à loucura. Futebol se faz com 11 homens em campo, não apenas com um. D'alessandro sempre foi o maestro que conduz a orquestra e todos nós sabemos disso, porém para que uma equipe possa ser chamada de time é preciso que todos joguem junto em uma mesma sintonia. Por longos anos vimos a responsabilidade cair nos ombros do camisa 10 porque o plantel da temporada sempre era abaixo da média, mas agora não cabe mais essa desculpa. Uma das lembranças ruins de quando Andrés carregava o Inter nas costas estava hoje em campo como atacante do Palmeiras.

Com a entrada de Alex, distribui-se a função da criação, o que inicialmente bagunçou o esquema proposto por Argel. Depois de alguns minutos o time passou a se empenhar na marcação e na criação, com destaques para Valdívia e Sasha. O Inter não chegou a pressionar o Palmeiras, propôs aquela marcação que não assusta, mas não deixa passar.

Já no 2º tempo os dois times ficaram com um homem a menos, após expulsões de Leandro Almeida e Nilton, respectivamente. O placar não se alterou, mas ambos tiveram chances de gol. Muriel tomou umas aulinhas com seu irmão Alisson e defendeu bem a goleira colorada, sem os famosos pulos atrasados.

O Palmeiras é o time a ser batido por nós na Copa do Brasil, se quisermos salvar o ano de desastres que Píffero nos rendeu. A partida dessa quarta nos mostra o caminho para a classificação - no Beira-Rio temos nosso retrospecto, mas fora de casa enfrentaremos dois adversários: o fato de ser fora de casa e o Palmeiras.