Ah se todos fossem como D'alessandro. | Foto: Diego Guichard |
Por 15 minutos pudemos matar a saudade do verdadeiro clima da Libertadores - aquele que arrepia, entusiasma e causa pequenos ataques do coração. Com dois gols a nosso favor em apenas dez minutos, minha cabeça logo tratou de começar a escrever o texto que faria o Inter renascer das cinzas do brasileirão. Mas como o futebol tende a uma frustação enigmática, aqui estou para contar o que deu de errado para que uma grande vantagem se tornasse quase invisível.
É importante destacar o início do jogo, onde o Inter impôs sua maneira de jogar com curtos espaços entre os jogadores, passes precisos e nada arriscados, além da marcação na cola do time mexicano - que nem chegou a miar. Mas o bom placar a favor logo no começo da partida deu mais comodismo do que motivação. Depois que o adversário marcou o gol, conseguimos ouvir seu rugido. Foi um tanto quanto constrangedor.
É importante destacar o início do jogo, onde o Inter impôs sua maneira de jogar com curtos espaços entre os jogadores, passes precisos e nada arriscados, além da marcação na cola do time mexicano - que nem chegou a miar. Mas o bom placar a favor logo no começo da partida deu mais comodismo do que motivação. Depois que o adversário marcou o gol, conseguimos ouvir seu rugido. Foi um tanto quanto constrangedor.
O colorado foi se desestruturando - os setores se distanciaram e os passes errados tomaram conta do nosso campo de visão. O lado esquerdo de nossa defesa deixou o Tigres construir seu jogo. Géferson não conseguia acompanhar um jogador se quer que passava por ele. A velocidade de Nilmar infelizmente não foi vista, Aránguiz parecia perdido e o meio de campo foi se enfraquecendo. O Tigres cresceu com o gol fora de casa, passou a marcar o Inter em seu próprio campo de defesa e impôr seu jogo até o final do primeiro tempo. Os mexicanos só não empataram pois Alisson realizou várias defesas difíceis.
O Inter sentiu e demonstrou claramente a falta do comando de Aguirre à beira do campo. Voltou para o segundo tempo um pouco melhor, tentando jogar para reverter a situação (lê-se marcar mais gols). Aos 12 minutos, a expulsão de Ayala nos deu a oportunidade de ter um jogador a mais em campo e com isso uma maior chance de marcar o terceiro gol. Mas o excesso de balõezinhos e lançamentos destruiu essa possibilidade. Com muita dificuldade de criar e manter a bola no chão, o Inter foi cometendo os mesmos erros do primeiro tempo, abusando dos passes arriscados e isolando os escanteios.
Para o jogo de volta no méxico, na semana que vem, o Inter possuiu uma vantagem sem rosto e sem personalidade. O Tigres saiu mais vitorioso do Beira-Rio do que nós mesmos. Se a vitória fosse acompanhada de uma grande atuação durante todo o jogo contra um adversário difícil, seria justificada. Mas com uma vitória de apenas 15 minutos bem jogados dentro de casa e com um adversário que dominou praticamente todo o jogo, tem gosto de derrota.
Na próxima quarta precisamos estender o tempo de boa atuação e se entregar para que a vantagem adquirida no jogo de hoje faça efeito. E com isso só quero dizer que marcar gols nunca é demais.