Treinador no Brasil é mais descartável que copo de plástico. Foto: Diego Vara |
A cultura a respeito de técnicos no Brasil é de colocar qualquer um de cabelo em pé. Perde ali, aqui e pronto, já pode demitir. É difícil colocar na cabeça dos torcedores que seis meses de trabalho ainda que pareça muito, não é. Na noite dessa quarta-feira o Inter perdeu de forma justa e os gritos dos torcedores de momento já ecoaram pelas redes sociais: "demite!". Ah sim, isso resolve tudo.
É de fato importante admitirmos o erro de Aguirre ao não atuar com as peças titulares (aquelas mesmas que vão enfrentar o Tigres, lembra?) nos jogos do brasileirão. Como um time que não joga pode se dar bem em uma semifinal de Libertadores? Faz-se necessária a reflexão.
Poupar jogadores é uma coisa que eu nunca apoiei, até porque é algo ausente de sentido. Um time precisa de ritmo e entrosamento para atuar de forma ao menos convincente. Esse rodízio proposto por Aguirre acaba tendo mais lados negativos do que positivos a partir do momento em se têm atletas que disputam a competição continental à disposição, mas não são escalados.
Temer lesões é algo normal de toda comissão técnica, jogadores e torcedores. Mas não pode ser o motivo maior para não colocar um atleta em campo. Se não quer ver um jogador se machucar basta deixá-lo eternamente no banco de reservas. Futebol é um esporte brusco sim, mas preservar demais tem como consequência esses resultados ruins que o colorado insiste em nos apresentar.
Outra coisa que em hipótese alguma se deve fazer é improvisar um volante de contenção e mais lento na defesa. Zagueiro também tem que ter velocidade, não pode ser só "parrudão". Tá na hora de abrir o olho.
Não entrarei na questão de que não conquistamos um brasileirão desde 1900 e bolinha. Todos nós sabemos que o foco não é esse no momento. Menos reclamação. A Libertadores está de volta daqui a uma semana e meia e não há mais tempo para poupar ou temer.
Olho de Tigre, é tudo que devemos ter.