Disputas de bola. E foi só. | Foto: Alexandre Lops |
Como acontece de vez em quando, o grenal acaba não sendo o que a gente espera. Não pelo adversário ser o grêmio, mas pela escalação por ora não desejar ofensividade. É estranho, admito, mas complicado se torna quando eu quero ser poética e o jogo não permite. Triste.
Grenal é o tipo de jogo onde a falação toma o lugar dos lances em determinados momentos, mas exclusivamente hoje o primeiro tempo foi mais falado do que jogado. O Inter entrou com campo com três absurdos volantes e abdicou da ofensividade que poderia inserir ao jogo logo de cara. O nervosismo sentido pelo time, possivelmente pela ausência de Valdívia, deixou espaços para o tricolor jogar e chegar mais na área do Inter do que vice-versa.
Os erros de passe e a pressa pelo resultado distraíam os jogadores. A mentalidade defensiva faz mal ao Inter, em todos os completos sentidos. O jogo truncado, como característica do clássico, ainda era melhor para o grêmio. O colorado não trabalhava a bola, pois quase não tinha sua posse. O Inter tanto cometia faltas perto de sua grande área que parecia mesmo que queria levar gol.
D'alessandro, ainda pouco inspirado e muito vigiado, não apareceu. O segredo para o colorado começar a jogar futebol seria tirar um dos primeiros volantes que estavam em campo. Aguirre pensou e voltou para o segundo tempo sem Nico Freitas. Valdívia, mais uma vez o destaque do jogo, levou o Inter para o campo adversário, mas o placar não se alterou.
Nossas melhoras jogadas surgiram pelo lado direito com William, Sasha e jovem mago colorado. Nilmar protagonizou o único lance digno de respeito no primeiro tempo, quando saiu costurando a defesa gremista - seria um gol e tanto.
A decisão e o jogo bonito ficaram guardados para nosso majestoso à beira do guaíba. Grenal bom mesmo é no Beira-Rio.
As vaias para D'alessandro? O que ouço são sons de inveja pelo ar. Me importo mais com a briga pela bola, pelo lance e pelo gol dentro do gramado. Aqui ao redor só desperto a atenção para a disputa no pulmão, na garganta, por quem grita mais, por quem apoia mais, por quem canta mais. Esse jogo conduz nossa paixão pelo futebol. É a batalha que traduz a emoção e a fúria. Quem conhece grenal, sabe. Futebol não seria o mesmo sem o sul. Quem não torce para o Inter ou para o Grêmio não sente 50% do que é realmente o futebol.