Não é falta de ar, é falta de futebol | Foto: Diego Guichard |
Falta ar nos pulmões há muito tempo - o que vimos em La Paz só confirma a tese de que a indisciplina tática do time é gritante. Jogamos mal e sobretudo, conscientes disso. D'alessandro saiu de campo aparentemente irritado e deu entrevista com um semblante preocupado, embora de sua boca saísse "só está começando". E que belo começo.
Há quatro temporadas assisto aos mesmos problemas. As peças mudaram: jogadores, treinador, diretoria e até agora, o cenário não se alterou. Observando o The Strongest jogar senti uma pontada de inveja, afinal, os bolivianos formam um time entrosado, que tabela facilmente e que sabe envolver o adversário em uma simples jogada. O Inter não soube nem criar um simples jogada.
Insistir em jogadores como Fabrício, que há três temporadas chuta bola nas costas dos defensores adversários, acha que futebol se resume a balãozinho - Rafael Moura, que jamais poderia entrar em um jogo podendo ser considerado a grande arma do time para reverter o placar - Ernando, um zagueiro fraco, lento e que não acompanha uma só jogada, e Nilton, o volante lento que entregou de bandeja os gols aos bolivianos.
Com esse "futebol" não passaremos da fase de grupos da competição. Entendo que o trabalho do treinador uruguaio é recente, mas já podia ter dado alguns resultados. Não digo apenas resultados em números, mas melhoras individuais e coletivas jogo a jogo, o que não está acontecendo.
Aguirre chegou ao Inter com uma grande missão e agora parece que sua tarefa é ainda mais difícil. O colorado é um time mal treinado, incompetente, sem visão de jogo e sem ideia de tática. O time não tem armação, não tem jogadas surpresas, não tem futebol.
Não perdemos por mais gols porque o travessão não deixou e Alisson foi providencial em determinadas situações. Seria mais um vexame, se é que não foi. Aceitem, somos um adversário inofensivo.