Uma lenda chamada Índio. Foto: Jefferson Bernard |
A vida é feita de momentos que se tornam inesquecíveis depois de lembrados tantas e tantas vezes. No mundo do futebol é difícil não encontrar momentos em que o coração parou, acelerou ou se fez doer em lágrimas. Esse esporte reúne todos os sentimentos possíveis a um ser humano e só depois que passamos por determinadas coisas pelo escudo amado, que aprendemos que existem outros sentimentos não-nomeados que permeiam o mundo do ser torcedor.
Uma vez me disseram que jogadores vêm e vão, que não se deve gostar demais deles. Discordo da forma mais sentimental possível.
Acredito que existem jogadores que vestem a camisa do clube sem nenhuma devoção, que não lutam dentro de campo e que não se importam de verdade com o peso da camisa que vestem. Porém, existem aqueles em que os nomes são ouvidos das arquibancadas, em que a gente faz de tudo para tirar uma foto para guardar de recordação e com orgulho pensar: "Eu conheci". Existem jogadores que fazem o bom e velho futebol valer a pena.
Acredito que existem jogadores que vestem a camisa do clube sem nenhuma devoção, que não lutam dentro de campo e que não se importam de verdade com o peso da camisa que vestem. Porém, existem aqueles em que os nomes são ouvidos das arquibancadas, em que a gente faz de tudo para tirar uma foto para guardar de recordação e com orgulho pensar: "Eu conheci". Existem jogadores que fazem o bom e velho futebol valer a pena.
Marcos Antônio de Lima sentiu o peso da camisa e traçou um caminho de honra no futebol. Sempre aguerrido, bravo e muito colorado, Índio brilhou no gramado do Beira-Rio e em tantos outros por ai. Derramou, literalmente, seu sangue por uma taça, deu a vida por uma bola, deixou o coração na ponta da chuteira e jogou todas as bolas para longe - e de vez em sempre colocava uma dentro da rede, fazendo vibrar um estádio pintado de vermelho.
Índio foi aquele zagueiro que será exemplo para todas as gerações. Ele sabia, antes de tudo, que tinha a confiança do torcedor, e isso, nos tempos que vivemos, é algo de raridade absurda. Não é qualquer zagueiro que vira goleador, marcando 33 gols em um clube que defendeu por 10 longas temporadas. Índio é o tipo raro de jogador que encerra carreira e continua sendo ovacionado por tudo que realizou dentro de campo.
Me lembro de quando eu sabia que tinha alguém que vestia a camisa 3 que sempre honraria o escudo do Inter. Recordei os momentos e algumas lágrimas de saudade desceram pelo meu rosto. As pequenas transparentes tocaram o chão, uma a uma, talvez umas 33 vezes...