Não há descrição | Foto: Jefferson Bernardes/VipComm |
Os brasileiros tão patriotas gritam das arquibancadas que é com muito orgulho e com muito amor que vestem a camisa da seleção canarinho. Mas gostar de futebol é um martírio atrelado à felicidade instantânea que nem sempre perdura. O choro que se ouviu no Mineirão nos faz pensar em induzir o esquecimento.
O brilho das ruas pintadas de verde e amarelo some aos poucos. Os garotos que nunca tinham visto o Brasil ganhar uma copa conheceram a decepção. O tão sonhado hexa em terras tupiniquins deu seu último suspiro. Existem muitas explicações para a derrota contra a forte seleção alemã, assim como ainda existem muitas explicações para as derrotas do Brasil em todas as copas do mundo. Mas é que essa... bem, era pra ser nossa.
Mas não é. Apontaríamos como despreparo, excesso de confiança ou o velho salto alto? Sim, sem dúvidas. Mas as lágrimas de David Luiz me dizem que a camisa amarela pedia mais. O que vimos foi uma forma desconhecida de se defender um país - um conformismo assustador com a avalanche de gols adversários.
Os torcedores choraram desolados diante do vexame da insuficiente seleção. Sentiram, no primeiro gol da Alemanha, o que sentiram no gol contra de Marcelo, no primeiro jogo do mundial, contra a Croácia. Procuraram, das arquibancadas, uma expressão facial que definisse o que viam. Incrédulos, desabaram.
Nas ruas, o silêncio reinou. Sete gols foram o ápice da incompetência. Os jogadores trajavam uma camisa banhada por uma história irreparável, escrita por Pelé, Garrincha, Ronaldo, Dunga, Romário e muitos outros que naquele momento deveriam estar decepcionados com seus sucessores.
Nelson Rodrigues já dizia que "o brasileiro não está preparado para ser o maior do mundo em coisa nenhuma" e de fato estava certo. Somos pentacampeões e nos portamos dentro de campo como se nunca tivéssemos erguido uma taça. Triste.
Mas como seria belo se o Brasil ganhasse o hexa em casa. Como seria belo se o brasileiro também fosse patriota diante da derrota. Como seria belo se o choro fosse de alegria. E, por que não, que belo seria se eu não tivesse escrito esse texto.