A maestria de Andrés D'alessandro: incontestável Foto: Fernando Gomes | Agência RBS |
Costumo dizer, entre outras coisas que já estão acostumados a ler, que o Inter é o tipo de time que acha a solução após tomar um gol do adversário - isto muda a perspectiva colorada em todos seus ângulos e os jogadores finalmente acordam e percebem que o jogo é no Beira-Rio, com um bom público e uma torcida imensamente linda cantando atrás do gol que não pode assistir a uma derrota. O resultado, não tão clássico como um gol de perna direita de D'alessandro, nos dá direito a mais três pontinhos na tabela.
Digno seria se o colorado abrisse o placar no primeiro tempo quando pressionou o furacão ainda que não de forma eficiente - os constantes impedimentos de Rafael Moura e os balões que não tiveram fim atrapalharam a conduta do jogo a favor do Inter e mesmo com boa parte da posse de bola, o placar se encaminhou zerado para o vestiário.
Alan Patrick, tão mal no primeiro tempo resolveu também acordar junto com o time após o gol que Ernando deixou Marcos fazer. Simples, porém nada que a perna direita (?) de D'alessandro não fosse resolver. O que vi foram torcedores levantando os braços e esboçando gritos no instante em que a bola entrou e tocou a rede. Gol deste camisa 10 a gente comemora como se fosse título - o Inter começava sua reação.
O colorado voltou a pressionar o Atlético-PR, e o gramado verde e brilhante do Beira-Rio foi marcado por mais um belo gol. Após bela tabela com Rafael Moura, Alan Patrick mandou a bola no ângulo e cravou a virada do Inter contra o furacão. As chances para ampliar o placar seguiram, mas ficou no 2 x 1.
Percebo já em algumas partidas que D'alessandro, mesmo hoje que tenha marcado o gol, não esteve bem e sim muito inoperante, até disperso. Aránguiz, até então peça chave de nosso sistema ofensivo, caiu de rendimento - no jogo contra o Cuiabá esteve mal e hoje apresentou um fraco futebol.
Penso que, se Rafael Moura jogasse um futebol mais simples, como apresentou após a tabela com Alan, sua escalação seria melhor justificada e seu rendimento subiria de nível.
Nossas laterais, que dificilmente tiram de mim elogios, ainda são insuficientes demais para ajudar o Inter a ser campeão brasileiro. Fabrício e Gilberto são inconstantes, e o segundo, fraco demais defensivamente. Ao menos, Abel não quis recuar o time após alcançar o placar de 2 x 1, o que é, contra um time como o Atlético-PR, algo positivo. Nossa carta na manga tem se tratado de Alex, que segue uma determinada linha de atuação que o faz ser bem elogiado (além de ser um dos únicos a dar uma boa entrevista na saída de campo).
Deixando um pouco de lado a análise fria do jogo, digo: o Beira-Rio é lindo assim, com vozes ecoando a cada canto do estádio. Que a diretoria faça o que for preciso para manter o estádio sempre cheio, porque no fim, é isso que vai fazer a diferença.