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O Internacional do signo de gêmeos

O Inter contra o Juventude foi apático. | Foto: Ricardo Duarte
Eu não sei se tu acredita em astrologia, mas eu tenho lá minhas crenças. Segundo o perfil do signo de gêmeos que achei no site Terra, "estabilidade é uma palavra que não faz parte de seu dicionário. São como os ilusionistas, movem-se e mudam de ideia e opinião junto com tudo na vida". 


Meu irmão é do signo de gêmeos. E ô signo difícil! Ao mesmo tempo que tá sorrindo, tá chorando, tá feliz, tá bravo. Muda o tempo todo e a gente nunca sabe bem como a pessoa realmente está ou é. E o Inter, meus amigos, é mais ou menos assim. 

Joga muito bem contra o Corinthians e Palmeiras, quase avança na Copa do Brasil e fica ai, empatando com ABC e Juventude em casa e perdendo para Paysandu, jogando aquele futebolzinho de dar sono. A gente nunca sabe qual é o Inter que vai entrar em campo - se é o do bom futebol ou se é o do futebol de explodir a gente de raiva. 

Muda treinador e a coisa permanece. E quando falo em "muda treinador", eu nem tô falando do Guto, afinal, o cara chegou ontem. Tô falando dos últimos anos e principalmente do último ano. Mesmo que o elenco tenha mudado bastante, a falta de identidade do time segue presente, com resultados e atuações muito díspares. São dois times, em um. 

Não sei se o tal apoio incondicional sem muita cobrança esteja ligado diretamente na acomodação do time em campo. Acredito que sim. Falei no twitter esses dias atrás que apoio sem cobrança é igual a alienação. E isso é verdade. Ao passo que apoiamos, devemos cobrar resultados - esse é o nosso dever como torcedor. Mas tem muita gente que pensa que apenas passar a mão na cabeça do jogador - que ganha um salário nada condizente com o futebol que apresenta - é o suficiente. Cresçam. 

O Guto vai ter muito trabalho com o Inter. Muito mesmo. Está com ele a responsabilidade de mudar a cabeça dessa equipe e fazê-los perceber que cada jogo da série B vale mais que qualquer outro, porque o Inter precisa ganhar a B e voltar para a A. É obrigação. E para isso, o time precisa começar a apresentar em campo um padrão de jogo, uma identidade. 

Estamos em junho. E até agora só sabemos de uma coisa: que o Inter de 2017 ainda é muito o Inter de 2016.