Pular para o conteúdo principal

Ilusão

É ilusório achar que vamos longe sem planejamento.
Há um grande número de torcedores colorados que não percebem a real situação em que o Inter se encontra. Avaliar jogos de estadual como se fossem padrão para alguma competição beira à loucura. Ultimamente tenho estado ausente, mas hoje resolvi comentar aquilo que tenho acompanhado nos últimos meses.

Estadual virou sinônimo de piada - jogos contra Veranópolis e São José da vida não são importantes e me causa muita indignação quando nosso "treinador" respeita adversários desse nível. Foi assim que começamos uma era de desastres previsíveis - respeitando até o menor dos times. 

Não sei se todos sabem, mas o Inter é conhecido como o time do quase: quase ganhou o brasileirão, quase ganhou o mundial, quase ganhou a libertadores e o mais recente, quase contratou. Uma fama dessas não é nada positiva e ações de marketing não mudam essa imagem. Falo isso pois sei do alto investimento do clube em marketing e mídia, que infelizmente não muda o presente. Desde o mundial de 2010, a única vez em que o Inter realmente elevou meu nível de alegria com uma partida foi em 2015, nos jogos em que Aguirre comandou o time na Libertadores. No mais, foram jogos isolados em que o talento individual de determinado jogador levou o colorado à vitórias marcantes em grenal ou no campeonato nacional.

Insistir no trabalho de Argel é um dos primeiros passos para vislumbramos um ano com derrotas humilhantes contra times do nível de Chapecoense e Figueirense. Não é antipatia gratuita, são fatos. Não me entendam mal: não quero que o Inter tenha o chamado "salto alto" que nos fez perder o mundial em 2010, mas quero sentir a confiança necessária para que derrotas para times extremamente inferiores não sejam nem cogitadas. Não se vence respeitando adversários a ponto de inflar o ego dos mesmos para que pensem que é possível nos vencer. Durante anos temos assistido o Inter ser derrotado por times da zona do rebaixamento com folha salarial dez vezes menor. E mais uma vez a falta de planejamento da gestão vai fazer o filme ser repetido.

Parem de apostar suas fichas nos chamados "jogadores enganadores", precisamos de uma reestruturação que infelizmente não virá por meio de Píffero. Jogadores têm que ter sequência nos resultados em campo - eu, como torcedora, estou descrente sobre qualquer jogador do elenco atual do Inter, afinal, nunca se sabe se o Vitinho vai jogar bem o próximo jogo ou não, ou se Anderson vai comandar a vitória colorada novamente. O fato é: NÃO TEMOS EM QUEM CONFIAR. Não temos jogadores com atuações regulares e muito menos um treinador capaz de fazer um time jogar da mesma forma todo jogo. Somos imprevisíveis com nosso time sem identidade e desorganizado.

É ilusão achar que o Inter vai longe com esse time só porque ganha do São Paulo-RS ou do Glória de Vacaria. Desculpem se parece que estou menosprezando os adversários, mas o nível técnico, o investimento e o tamanho dos clubes são díspares demais para abrir espaço para o "respeitamos o Veranópolis". Não tenho mais paciência para isso. Não ganhamos títulos desde a Libertadores de 2010 e NÃO MEUS AMIGOS, GAUCHÃO NÃO É TÍTULO DE EXPRESSÃO! É apenas uma demonstração de hegemonia que ainda está arraigada no país, mas que deveria ser deixada de lado para que o futebol cresça.

Sempre espero estar errada, mas os anos que se passaram só provam que não adianta torcer para um time que não quer ganhar. Enquanto não mudarmos o pensamento de que ser "Campeão de Tudo" é algo do passado, viveremos dele, como faz o nosso co-irmão.