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Vitória heróica

Os perdoe, Nilmar! | Foto: Alexandre Lops
Obs: Este é um texto de desabafo. Sem meias palavras, como vocês já estão acostumados a ler. A você colorado que não mediu suas críticas e não teve paciência, peço gentilmente que não continue lendo. Hoje quem comemora é quem acreditou. 

É lindo. Essa é a única palavra que me vem a mente neste momento. Jogar libertadores é lindo. O clima que arrepia, a alegria que pulsa em nossas veias e o barulho ensurdecedor da torcida banhada por apreensão e crença. O Beira-Rio foi, na noite dessa quarta-feira, palco de um jogo digno de aplausos, gritos e comemorações. A raça veio para ficar.



Começamos o jogo bem compactados, com os setores próximos e sem o esquema que sacrifica as características de Nilmar. Enfim o camisa 7 teve parceria para mostrar seu futebol. Aos 10 minutos do 1º tempo, o guri do Beira-Rio foi aclamado. Após se infiltrar, receber passe magistral de D'alessandro e marcar o gol da redenção, Nilmar correu para o abraço mais confortante de todos - o da torcida. Ganhou, enfim, o carinho e admiração de que merece.

Todos sabem que Libertadores é uma caixinha de surpresas (ou de Pandora mesmo rs) e o jogo nos reservou grandes surpresas. Os ânimos exaltados deram lugar à apreensão do gol de empate dos equatorianos, na falha defensiva já muito conhecida por todos nossos adversários. 

O cenário do início do jogo se alterou, o time se distanciou e o Emelec começou a fazer pressão. O Inter errou passes em demasia devido a marcação do time equatoriano, que fechou os espaços, nos forçando a recuar. 

Uma mão na coxa direita e o coração de cada colorado parou. De repente D'alessandro sai lesionado. O camisa 10 parecia não acreditar. Após a saída do maestro, o Emelec virava o jogo, em mais um falha defensiva do Inter, com Fabrício e Réver. Tudo virou um grande pesadelo.

A segunda etapa começou tensa. Os lançamentos longos, as bobeadas perto da grande área e a fraqueza defensiva de Fabrício deixaram o colorado muito exposto. Mas a noite queria mais do Inter. Queria mais de Nilmar.

O nome do jogo, INDISCUTIVELMENTE, foi Nilmar. Muita movimentação, muitas finalizações e seu bom e velho futebol! Em jogada espetacular, o camisa 7 deu passe para Alex, que encobriu o goleiro e recolocou o Inter na partida. O GIGANTE ENTROU EM ÊXTASE! Na voz de cada colorado ali presente estava a gana por vitória. Eu sabia que a gente ia vencer.

A motivação invadiu os jogadores e o Inter foi para cima. Aguirre tirou Nico e colocou Jorge Henrique. Mais expostos ainda, fomos atrás da vitória. Em escanteio, a bola sobrou para Réver, que soltou a bomba e se redimiu da fraca atuação durante toda a partida. QUE LOUCURA! De virada a virada, o colorado mostrou quem é o dono da casa. 

Nilmar sentiu a coxa esquerda. Nilton também já estava saturado. O time se empenhou e enfim, teve espírito para jogar libertadores. O resultado não podia ser outro senão vitória. 

Meus avisos continuam os mesmos quanto ao futebol de Fabrício e de Léo. São mais do que fracos, são completamente insuficientes. O time implora por melhores laterais. 

Encerro com o meu desabafo:

Nilmar calou os críticos impacientes, que acham que a solução de tudo se chama substituição. A Aguirre, meu muito obrigada, por insistir com Nilmar e não fazer a vontade de todos os colorados que não entendem que sequência dá bons frutos. O treinador, que trabalhou com ele por dois anos o conhece, sabe de sua capacidade. Eu, grande admiradora do futebol e da pessoa Nilmar, sempre soube que ele voltaria a jogar o futebol que o pertence. E vocês colorados, que duvidaram do camisa sete, bom, a atuação de hoje diz por sí só.

Minha felicidade neste momento não se mede. Foi uma vitória heróica, digna até de um texto muito melhor que este que acabei de escrever. Mas a emoção toma conta de mim de uma forma que as palavras até escapam. Minha alma foi lavada. Depois de quatro longos anos afundados em um sofrimento que não perdurou, posso dizer: ESSE É O INTER QUE EU APRENDI A AMAR!