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"O preço que se paga às vezes é alto demais"

Marcação gremista anulou D'ale | Foto: Alexandre Lops
Humberto Gessinger, vocalista do Engenheiros do Hawaii - que inclusive é gremista -  cantava que "o preço que se paga às vezes é alto demais", na música "O Preço". E essa frase descreve como nenhuma outra o meu sentimento após a derrota no grenal - mas não pensem que quem paga o preço é Abel ou Luigi. Quem paga o preço somos nós.


Foi humilhante e decepcionante como tem sido. O Inter tinha time e peças chaves para vencer o grenal, mas nós bem sabemos que não é só isso que pode ser usado para ganhar um clássico. Não adianta, sem gana e sem vontade o time leva é goleada. 

O Grêmio foi superior desde o início do jogo - abusou do lado esquerdo da defesa do Inter, centralizou sua marcação no meio-campo e impôs ao colorado um ritmo de jogo que só nos prejudicava - o setor de criação não cumpria sua função e não haviam jogadas alternativas. Abel como de praxe nada fez e ficou assistindo em posição privilegiada o Inter levar o troco de seu rival.

Alisson fez importantes defesas, mas não se pode cobrar muito de um goleiro que tem uma defesa completamente vazada à sua frente. Felipão transformou o esquema com três volantes em uma arma preciosa - a marcação foi certeira, mas ficou longe de ser um tipo de retranca. A consequência da desorganização defensiva do Inter foi chegando aos poucos e o Grêmio soube bem aproveitar dos muitos espaços que o colorado deixava pelo campo.

Rafael Moura entrou em campo e logo marcou um gol. Muitos de vocês tiveram esperança que o Inter pudesse empatar ou virar o jogo, só que a minha esperança, como já escrevi aqui muitas vezes, foi aniquilada pela realidade dos últimos quatro anos. Abel Braga isolou Nilmar, não encontrou alternativas de espaço para Alex e D'alessandro, além de ter deixado Valdívia no banco durante o primeiro tempo. Não se pode esperar vitória de um treinador que abusa da ignorância de tal forma.

E o que falar de Giuliano? A sensação é uma das piores - torci tanto para ele quando vestia a camisa do Inter, inclusive na Libertadores de 2010, onde deu um show de futebol. Hoje ele nos vence hoje e com um sorriso no rosto. É duro.

Desde 2011 - o mesmo futebol, a mesma acomodação e o mesmo silêncio. Luigi sequer falou depois da derrota, assim como sempre faz - existe presidente mais omisso que ele? Pagamos o preço - foram quatro anos catastróficos, que me deixam sem palavras, afinal, eu disse tudo durante esse tempo, sem contar as repetições de argumentos que fiz. 

O feitiço virou contra o feiticeiro - o Grêmio devolveu ao Inter a humilhação que aplicamos a eles na final do gauchão deste ano. E no fim, fecham-se as cortinas do show de horrores. Luigi, sua hora chegou.